Estamos brincando de roleta russa com a Floresta Amazônica
O Instituto ClimaInfo divulgou, em em 28/02/2020, matéria com dados e previsões a respeito da Amazônia, onde informa que:
"A ciência entende que a Floresta Amazônica corre sério risco de ter
parte importante de sua área se transformando em um grande cerrado.
A transformação impactará o clima da América do Sul e, também, do
hemisfério. As árvores da Floresta Amazônica compõem um sistema de
transporte de água do Atlântico até os Andes. A água cai sob forma de
chuva em um ponto e volta para atmosfera pela evapotranspiração das
árvores em um ciclo que chega a se repetir seis vezes até alcançar os
Andes. O desmatamento e a degradação da floresta reduz o número de
árvores e, portanto, reduz o volume de água transportada. Com menos
água, perde-se biodiversidade, perde-se a altura das copas em um
processo autoalimentado. O que a ciência não sabe é a velocidade do
processo e quando ele começa para valer. Esta é a ideia por trás dos “tipping points”, os pontos sem volta, objeto de um artigo que acaba de sair na Nature.
O físico Paulo Artaxo escreve em sua página no Facebook: “Onde estará
o “ponto de não retorno” da Amazônia? 30% de desmatamento? 40%? 4 graus
de aquecimento? 30% menos de chuva? A resposta a esta pergunta é
complexa, mas crítica para o planeta. Quais políticas públicas podem
impedir que isso aconteça, com graves consequências ao Brasil e ao
Planeta?”. Artaxo alerta: “TODOS dependem criticamente de uma rápida
redução de queima de combustíveis fósseis, e da adoção de padrões
globais de consumo sustentáveis. Mesmo para o establishment, é
claro que isso é necessário. Mas eles estão tentando tirar o máximo de
lucro do planeta e de nós, o mais rápido possível e até onde der. A
ciência avisa: Não temos muito tempo. Tem que ser já, hoje.”
O título desta nota veio do mesmo artigo, de uma fala do ecologista
Paulo Brando, da Universidade da Califórnia em Irvine. Brando explica
que não se coloca em dúvida a ameaça de um processo de savanização e
que, por não saber onde está a bala, estamos jogando uma roleta russa
ambiental com a floresta."
ClimaInfo, 28 de fevereiro de 2020.
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